Simples e fiáveis. Cinco carros usados até 5000 euros

Não é um luxo, é uma necessidade. Para muitas famílias o automóvel é a única forma viável de mobilidade. Algo que tende a aumentar com a chegada dos filhos e com a pouca flexibilidade dos seus horários.

A pensar nesses casos, reunimos cinco alternativas para enfrentar o caos das nossas cidades. Sem prejuízo de outras alternativas, decidimos tentar encontrar cinco modelos que oferecessem alguns itens que hoje estão presentes em todos os carros novos: ar condicionado e sistemas de segurança mínimos (leia-se airbags e ABS).

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Guilherme Costa

Haverão modelos mais baratos, mais recentes ou mais antigos — no mercado de usados não faltam alternativas. Contudo, esta lista só pode acomodar cinco modelos.

Além disso, escolhemos modelos somente com motor a gasolina. Num carro acessível os custos de manutenção são fundamentais e por isso escolhemos as mecânicas mais simples. Como sabemos, os Diesel, apesar da vantagem nos consumos, têm uma manutenção mais dispendiosa.

1. FIAT PANDA (2003-2012)

É um dos best seller do segmento dos citadinos. Nascido em 1984, o Fiat Panda uma verdadeira instituição em Itália. Deverá ser difícil encontrar um italiano que não tenho tido um Panda pelo menos uma vez na vida.

A segunda geração, produzida entre 2003 e 2012, assumiu formas próximas às de um pequeno crossover — um efeito maximizado nas desejadas versões 4×4. Algo que atribuiu ao Panda algumas vantagens importantes: posição de condução mais elevada e um espaço interior adaptado às necessidades de um carro de cidade.

É possível encontrar unidades deste modelo à venda em plataformas como o Piscapisca.pt por menos de 5000 euros e sem quilometragens muito elevadas. O interior é simples, muito espartano, mas a maioria das unidades à venda já conta com ar condicionado e apesar dos materiais não deverem muito à qualidade, têm superado a prova do tempo.

Quanto ao motor, tentem optar pela versão 1.2 FIRE em detrimento da versão equipada com o motor 1.1 FIRE. A diferença de potência (e binário) é importante: 54 cv contra 60 cv, que subiria a 69 cv em 2010. São motores fiáveis e as peças de reposição também são acessíveis. Os consumos dificilmente superam a barreira dos seis litros por cada 100 km (a marca anunciava 4,9 l/100km).

As performances são suficientes para enfrentar a malha urbana: 13,4s dos 0-100 km/h e 162 km/h de velocidade máxima.

2. Honda Jazz (2001-2006)

É uma presença assídua nos rankings de fiabilidade. Os anos passam e o Honda Jazz de primeira geração continua a ser uma presença constante nas nossas estradas. Isto apesar do seu preço na altura não ter permitido um sucesso maior.

A sua carroçaria monovolume é um verdadeiro compêndio de espaço. Além disso os «bancos mágicos», que permitem levantar a base dos bancos traseiros, são uma enorme vantagem. O motor 1.2 é o mais comum no nosso mercado. Pertence à família de motores L-SERIES da Honda e oferece 78 cv.

Além de fiável apresenta números suficientes: um consumos anunciado de 5,3 l/100km, uma velocidade máxima de 168 km/h e 13,1s dos 0-100km/h. Traduzindo estes números em sensações: cumpre os mínimos.

Tenham atenção ao estado mecânico e à quilometragem. Os modelos da Honda apesar de fiáveis, têm peças cujo valor está acima das marcas generalistas. No interior, o volante em plástico é o elemento que mais facilmente denuncia a passagem do tempo e os quilómetros.

3. Citroën C1, Toyota Aygo, Peugeot 107 (2005-2014)

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Os anos passam e o preço dos pequenos Citroën C1, Toyota Aygo e Peugeot 107 parece não querer baixar da barreira dos 5000 euros. Dependendo da quilometragem, idade e estado geral é possível encontrar este modelo entre esta fronteira.

Estamos a falar de três modelos que na prática são apenas um. Os Citroën C1, Toyota Aygo e Peugeot 107 nasceram de uma joint venture entre o Grupo PSA (agora Stellantis) e a Toyota. A marca francesa tinha a plataforma, mas não tinha o motor; a Toyota tinha o motor, mas não tinha a plataforma.

Estes dois gigantes uniram-se e criaram um dos citadinos mais bem recebidos em Portugal. O exterior alegre e o interior com boas soluções de aproveitamento de espaço fizeram escola. A capacidade da mala, infelizmente, não acompanha o restante espaço interior.

As unidades mais equipadas já vinham, inclusive, com ar condicionado — um item cada vez mais importante, principalmente no verão.

Mas à parte do equipamento e do estilo — diferente de modelo para modelo — tinham algo em comum: o mil de três cilindros produzido pela Daihatsu. As performance estão em linha com o segmento: 157 km/h e 13,7s dos 0-100 km/h.

Mais do que isso, é a fiabilidade deste motor que se destaca. É um verdadeiro «guerreiro» que parece imune à passagem do tempo: ainda hoje a Toyota recorre a este motor no mais recente Toyota Aygo X, lançado em 2022.

A lista podia continuar? Podia mas…

É impossível condensar numa lista todas as alternativas presentes no mercado de usados. Só aqui encontram quase 2000 opções. Mas a nossa equipa tentou encontrar modelos que não tivessem algumas características em comum: menos de 200 000 km, motores fiáveis, minimamente recentes (Euro 3) e com os equipamentos básicos de segurança e conforto.

Podíamos ter mencionado o Toyota Yaris, o Volkswagen Lupo, entre outros modelos. Há boas opções, basta procurar.

Quanto às escolhas, optem sempre que possível pela aquisição a profissionais. A garantia — sobretudo no caso dos usados — é extremamente importante. E facilmente qualquer reparação não prevista pode superar o valor poupado na aquisição.

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Deixem nas vossas caixas de comentários outras sugestões. E agora, vamos para uma lista de carros usados até 10 000 euros?

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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