Autopédia Filtros de partículas nos motores a gasolina. E agora?

Emissões

Filtros de partículas nos motores a gasolina. E agora?

É já em setembro que entra em vigor a norma Euro 6c. Uma norma que vai obrigar as motorizações a gasolina a reduzir para um décimo o número de partículas emitidas. Como? O filtro de partículas nas motorizações a gasolina é a resposta.

A partir do próximo mês de setembro, todos os automóveis na União Europeia, cujo lançamento aconteça depois desta data vão ter cumprir a norma Euro 6c. Uma das soluções encontradas para cumprir esta norma passa pela adopção de filtros de partículas nos motores a gasolina.

Porquê agora

O cerco às emissões tem vindo a apertar cada vez mais – e nem os navios escaparam. À parte desse fenómeno, o problema das emissões nos motores a gasolina também se agudizou com a democratização da injeção direta – tecnologia que até há 10 anos estava praticamente circunscrita aos Diesel.

Como sabem, a injeção direta é uma solução que tem os seus «prós e contras». Apesar de aumentar a eficiência energética, o rendimento do motor e reduzir os consumos, por outro lado aumenta a formação de partículas nocivas, ao atrasar o momento de injeção de combustível na câmara de combustão. Como a mistura ar/combustível não tem tempo para se homogeneizar, criam-se «pontos quentes» durante a combustão. É nesses «pontos quentes» que se formam as famigeradas partículas tóxicas.

Qual é a solução

Para já, a solução mais simples passa pela adopção generalizada de filtros de partículas nos motores a gasolina.

Como é que funcionam os filtros de partículas

Vou reduzir a explicação ao essencial. O filtro de partículas é um componente que é colocado na linha de escape do motor. A sua função é incinerar as partículas resultantes da combustão do motor.

Como é que o filtro de partículas incinera essas partículas? O filtro de partículas incinera essas partículas graças a um filtro em cerâmica que está na base do seu funcionamento. Esse material cerâmico é aquecido pelos gases de escape até ficar incandescente. As partículas ao serem sujeitas à passagem por esse filtro são destruídas pelas altas temperaturas.

Resultado prático? Uma redução substancial do número de partículas emitidas para a atmosfera.

O “problema” desta solução

As emissões vão reduzir mas os consumos reais de combustível poderão aumentar. O preço dos carros também poderá sofrer um ligeiro aumento – refletindo os custos da adopção desta tecnologia.

Os custos de utilização a longo prazo também poderão aumentar, com a manutenção ou substituição periódica deste componente.

Nem tudo são más notícias

Os filtros de partículas têm dado algumas dores de cabeça aos proprietários de motores Diesel. Nos automóveis a gasolina esta tecnologia poderá não ser tão problemática. Porquê? Porque a temperatura dos gases de escape é superior e a complexidade dos filtros de partículas nos motores a gasolina é menor.

Dito isto, os problemas de entupimento e regeneração do filtro de partículas não deverão ser tão recorrentes quanto nas motorizações Diesel. Mas só o tempo o dirá…