Primeiro Contacto Conduzimos o novo Mazda CX-5, um SUV para entusiastas da condução

Ao volante

Conduzimos o novo Mazda CX-5, um SUV para entusiastas da condução

Bastaram cinco anos para conhecermos a nova geração do Mazda CX-5, tal é o ritmo da evolução. As primeiras impressões ao volante são prometedoras.

“É bom, muito bom mesmo.” – É a conclusão a que rapidamente chego após alguns quilómetros ao volante do novo Mazda CX-5, até pelo cenário do trajeto escolhido: estou em Montserrat, o famoso maciço rochoso a 50 quilómetros de Barcelona, e o perfil “enrolado” desta estrada era, à primeira vista, mais indicado para um MX-5 do que para um Mazda CX-5. Lançado em 2012, o Mazda CX-5 foi o primeiro modelo da marca japonesa a introduzir a linguagem de design KODO e o conjunto de soluções tecnológicas SKYACTIV.

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Ao volante

Apesar da estrada exigente, o SUV japonês convenceu e não desapontou. Fosse o que se pedisse dos comandos, o peso e resposta foram sempre os correctos e expectáveis. Sim, pode ser um SUV, alto e volumoso, mas a suspensão, a tender para o firme, controlava eficazmente os movimentos da carroçaria e a resposta do chassis ao que se pedia dele caracterizava-se sempre por incisiva.

O motor, um “velho” conhecido, não destoou. O SKYACTIV-D 2.2 com 150 cavalos é uma unidade sempre disponível, fazendo excelente uso dos centímetros cúbicos a mais que a concorrência. Como outros Diesel, a sonoridade não é a mais apelativa, mas responde de forma limpa e linear, mesmo quando ultrapassamos, alegremente, as 4500 rpm (o regime de potência máxima).

Infelizmente, neste primeiro contacto, ficámos “agarrados” à caixa automática de seis velocidades. Não que seja uma má opção, pois, tal como já referimos, a coesão e harmonia é elevada entre todos os componentes. E até, num momento mais fogoso, a permitir efetuar uma mudança de relação às 5000 rpm.

Mas além da versão de 150 cavalos, tivemos oportunidade de experimentar a mais potente, de 175 cavalos, com tração integral e caixa manual. E que caixa: curso curto, direto e precisão mecânica. É de uma enorme satisfação o seu uso, e faria-me assinar qualquer petição para salvarem as manuais da aparente extinção. Esta caixa é a nossa recomendação para equipar qualquer Mazda CX-5.

Não cairei no cliché de afirmar que o Mazda CX-5 é o MX-5 dos SUV, mas para quem (ainda) gosta de conduzir, o CX-5 é, sem dúvida, um dos destaques no segmento. Existe substância por detrás da filosofia Jinba Ittai – a relação harmoniosa entre cavalo e cavaleiro – que a marca japonesa tanto defende.

O que há de novo no Mazda CX-5?

Apesar desta nova geração ir buscar ao antecessor grande parte do hardware, as alterações são muitas e significativas. Não diferem no que toca a dimensões (as diferenças máximas ascendem a meros 10 mm), continuando a ser uma das maiores propostas do segmento, com claros benefícios nas cotas internas.

No entanto, é agora estruturalmente mais rígido em 15% e houve um esforço concentrado na obtenção de um automóvel mais refinado e silencioso. Melhorias aerodinâmicas permitiram reduzir ruídos provocados pelas passagem do ar, os intervalos entre painéis são mais reduzidos. A aplicação de novos selantes está também entre as medidas efetuadas. A evolução é palpável, apesar do SKYACTIV-D 2.2 de 175 cavalos ter-se revelado mais ruidosos do que a versão com 150 cavalos.

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Entre as principais novidades, sem dúvida, o design. A linguagem Kodo foi estreada na Mazda pela primeira geração do CX-5. Cinco anos depois, está bem mais sofisticada e elegante. A redução de elementos visuais, como arestas e vincos, faz sobressair a modelação das superfícies.

A face do modelo segue as mesmas premissas do mais pequeno CX-3 – é mais tridimensional, com grelha de maiores dimensões e mais proeminente, contrastando com as óticas de desenho mais afilado e aspecto mais sofisticado.

Concebido sob o conceito de “Refined Toughness”, a aparente contradição entre os dois termos resultou num harmonioso casamento entre a robustez expectável dum SUV com a elegância e sofisticação acrescida da linguagem Kodo.

2017 Mazda CX-5 interior

Também o interior é novo e reflecte a evolução exterior. Existe uma maior aposta visual na simetria, e as linhas horizontais que dominam o conjunto permite maior percepção de estabilidade, robustez e espaço. Mais atenção foi colocada na ergonomia, e o resultado final é o de um interior mais elegante, mais atento ao detalhe, de qualidade elevada. Sem dúvida um local muito agradável onde se estar.

Equipamento reforçado

O novo CX-5 traz algumas novidades, estreias na marca. Tais como porta-bagagens de abertura e fecho elétrico ou bancos traseiros que podem reclinar até 28º. Outras das novidades é o Active Driving Display, que permite projectar diversas informações directamente no para-brisas. Opção que está incompreensivelmente disponível apenas na versão de topo, a SKYACTIV-D 2.2 de 175 cavalos com o nível de equipamento Excellence. As restantes apresentam outra versão em que a informação é projectada numa pequena lâmina transparente situada por cima do painel de instrumentos.

2017 Mazda CX-5

O pacote de equipamentos de segurança i-ACTIVSENSE foi também reforçado. Graças ao adicionar de uma câmara dianteira, as funções do MRCC (MAZDA RADAR CRUISE CONTROL) permite funções Stop & Go (quando equipado com transmissão automática), travagem automática e reconhecimento dos sinais de trânsito. Também as óticas dianteiras podem ser exclusivamente em LED.

Quando é que chega a Portugal?

O novo Mazda CX-5 chegará ao nosso país em setembro. Poderia chegar antes, mas as nossas peculiares regras na definição de classes nas portagens, obrigaram a um novo processo de homologação, que será extensível a todos os Mazda CX-5 europeus.

Resultado: quando chegar a Portugal, o Mazda CX-5 será classificado como classe 1 nas versões de duas rodas motrizes, com Via Verde.

A gama portuguesa englobará, para já, apenas o SKYACTIV-D 2.2 com 150 e 175 cavalos, duas caixas de seis velocidades – manual e automática -, tração às duas ou quatro rodas e, por fim, três níveis de equipamento – Essence, Evolve e Excelence.

2017 Mazda CX-5 interior

A versão de 175 cavalos vem exclusivamente com tracção às quatro e no nível de equipamento Excelence. O preço previsto é de 46.421 euros com caixa manual e de 48.388 euros com caixa automática.

A versão de 150 cavalos com caixa manual e tração às duas começa nos 33.285 euros para o nível de equipamento Essence. O Evolve começa nos 36.334 euros e o Excellence nos 40.378 euros.

Os preços apresentados são meramente indicativos, já que poderão sofrer alterações expressivas, com a entrada, também em setembro, dos novos ciclos de testes WLTP. A mudança dos testes resultará, em termos práticos, em maiores valores de emissões de CO2 oficiaise e significará também uma maior carga fiscal, caso não haja alteração das regras em vigor.

Conduzimos o novo Mazda CX-5, um SUV para entusiastas da condução

Primeiras impressões

Não existia nada de errado com a geração anterior e no entanto, o novo Mazda CX-5 é um claro passo em frente. Estilo mais sofisticado, interior espaçoso e mais apelativo, qualidade em crescendo em materiais e montagem. Destaca-se especialmente no capítulo dinâmico. Se existem SUV que possam convencer pela condução e aptidões dinâmicas em asfalto, o novo Mazda CX-5 faz parte desse grupo restrito. Dúvidas persistem sobre o preço final, já que a sua chegada ao mercado nacional coincidirá com a entrada de novos testes oficiais de consumos e emissões.

Data de comercialização: Setembro 2017

Prós

  • Condução e dinâmica
  • Design
  • Habitabilidade

Contras

  • Alguns equipamentos exclusivos para o SKYACTIV-D 175
  • Ruído excessivo do SKYACTIV-D 175