Testes Ao volante do novo Renault Mégane

A partir de 21 000 euros

Ao volante do novo Renault Mégane

O segmento C está ao rubro. Depois da chegada do novo Opel Astra, foi a vez da marca francesa apresentar a sua arma: o novo Renault Mégane.

Renault Mégane

A Renault escolheu Portugal para a apresentação internacional de um dos seus modelos mais importantes: o novo Renault Mégane (quarta geração). Um modelo totalmente novo, lançado com o propósito de sempre: ser o nº1 do segmento. Uma missão que não se augura fácil, tendo em consideração os adversários que o Mégane tem pela frente: o novo Opel Astra e o incontornável Volkswagen Golf, entre outros concorrentes.

Para tão difícil missão a marca francesa não se poupou a esforços, e empregou no novo Renault Mégane toda a tecnologia ao seu dispor: a plataforma é a mesma do Talisman (CMF C/D); as versões mais potentes recorrem à tecnologia 4Control (eixo traseiro direcional); e no interior a melhoria na qualidade do materiais e no espaço a bordo é notória.

Renault Mégane

Ao nível das motorizações, encontramos cinco opções: o 1.6 dCi (nas versões  de 90, 110 e 130 cv), o 1.2 TCe de 100 cv e o 1.6 TCe de 205 cv (versão GT). Os preços começam nos 21 000 euros para a versão 1.2 TCe Zen, e nos 23 200 euros para a versão 1.6 dCi de 90 cv – aqui a tabela completa.

Ao volante

Conduzi as duas versões que podem ver nas imagens: o económico 1.6 dCi de 130 cv (cinzento) e o desportivo GT 1.6 TCe de 205 cv (azul). No primeiro, claro destaque para o conforto de rolamento e para o isolamento acústico do habitáculo. A forma como o conjunto chassi/suspensões lida com o asfalto permite uma condução confortável e ao mesmo tempo diz “presente!” na hora imprimir andamentos vivos.

“Destaque ainda para os novos bancos, que oferecem um excelente apoio em curva e um bom nível de conforto em viagens mais longas”

Já o nosso velho conhecido motor 1.6 dCi (130 cv e 320 Nm de binário disponível a partir das 1750 rpm) não tem qualquer dificuldade em lidar com os mais de 1.300kg do conjunto.

Face à mescla de ritmos e ambientes em que conduzimos o 1.6 dCi não foi possível apurar com exactidão os consumos – no final da manhã o computador de bordo do painel de instrumentos (que recorre a um ecrã a cores de alta resolução) acusava “apenas” 6.1 litros/100km. Um valor simpático tendo em consideração que a Serra de Sintra não é propriamente amiga dos consumos.

Renault Mégane

Depois de uma agradável paragem para almoço no hotel The Oitavos, em Cascais, troquei os comandos da versão 1.6 dCi pela versão GT, equipada com o fogoso 1.6 TCe (205 cv e 280 Nm de binário disponível a partir das 2000 rpm) que em associação com a caixa de dupla embraiagem EDC de 7 velocidades catapulta o Mégane para os 100km/h em apenas 7,1 segundos (modo launch control).

O motor é cheio, disponível e brinda-nos com uma sonoridade entusiasmante – especificações técnicas detalhadas do novo Mégane aqui.

TESTE: Renault Talisman: primeiro contacto

Mas o destaque vai mesmo para o sistema 4Control, que consiste num sistema direccional às quatro rodas. Com este sistema, abaixo dos 80 km/h em modo Sport e a 60 km/h nos restantes modos, as rodas traseiras viram no sentido inverso ao das rodas dianteiras. Acima destas velocidades, as rodas traseiras viram no mesmo sentido que as rodas dianteiras. Resultado? Um comportamento muito ágil em curvas lentas e uma estabilidade à prova de erro em velocidades elevadas. Se na versão Mégane GT o sistema 4Control é assim, então o próximo Renault Mégane RS promete.

Renault Mégane

Tecnologia impera no interior

Como já referi, o novo Renault Mégane beneficia da arquitetura modular CMF C/D, e por isso herda muitas tecnologias do Espace e do Talisman: head-up display a cores, quadro de instrumentos com ecrã TFT de 7 polegadas a cores e personalizável, dois formatos de tablet multimédia com R-Link 2, Multi-Sense e 4Control.

Para quem não conhece, o R-Link 2 trata-se de um sistema que centraliza praticamente todas a funcionalidades do Mégane num ecrã: multimédia, navegação, comunicações, rádio, Multi-Sense, ajudas à condução (ADAS) e 4 Control. Em função das versões, o R-Link 2 utiliza um ecrã de 7 polegadas horizontal ou vertical de 8,7 polegadas (22 cm).

Renault Mégane

Já disponível no Novo Espace e no Talisman, a tecnologia Multi-Sense permite personalizar a experiência de condução, modificando a resposta do pedal de acelerador e do motor, o tempo entre mudanças de velocidade (com a caixa automática EDC), a rigidez da direção, o ambiente luminoso do habitáculo e ainda a função de massagem do banco do condutor (quando o automóvel dispõe desta opção).

Destaque ainda para os novos bancos, que oferecem um excelente apoio em curva e um bom nível de conforto em viagens mais longas. Na versão GT os bancos assumem uma postura mais radical, talvez em demasia, visto que os apoios laterais intrometem-se no movimento dos braços quando a condução é mais “acrobática”.

O veredicto

Num contacto tão breve (dois modelos num só dia) é impossível tirar conclusões detalhadas, mas é possível ficar com uma ideia geral. E a ideia geral é: a concorrência que se acautele. O novo Renault Mégane está mais preparado que nunca para enfrentar o Golf, Astra, 308, Focus e companhia.

A experiência de condução convence, o conforto a bordo está num bom plano, as tecnologias são imensas (algumas inéditas) e os motores estão alinhados com o que de melhor se faz na indústria. É um produto marcado pela qualidade a bordo, atenção ao detalhe e ênfase na tecnologia disponível.

Mais um modelo que fundamenta aquela que é a nossa percepção: o segmento C é o “segmento do momento”. Por tudo aquilo que oferece e ao preço que oferece, é difícil arranjar melhor compromisso.

Renault Mégane
Renault Mégane GT