Mazda CX-3: o rival mais temido

Mazda CX-3: o rival mais temido

Los Angeles foi o palco escolhido para o desvendar do Mazda CX-3, o mais recente crossover da Mazda. Um modelo que irá entrar no segmento mais quente do momento com a apresentação quase simultânea de várias propostas concorrentes, o que torna o segmento dos crossovers compactos, um dos segmentos mais disputados em 2015.

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Isto não é tanto a notícia de um novo modelo da Mazda, mas o contínuo relato de uma verdadeira guerra automobilística mundial. A luta pelo trono dos crossovers compactos continua a subir de tom, com o aparecimento em rápida sucessão de novas propostas. Historicamente já os conhecíamos, mas o fenómeno atual dos crossovers compactos com vendas recorde, torna-o no segmento que mais cresce comercialmente, tendo no Nissan Juke um dos principais responsáveis. A sua chegada ao mercado despoletou um interesse renovado por estes pequenos crossovers, de estilo mais distinto e desportivo do que a maioria dos utilitários dos quais derivam.

Renault Captur, Peugeot 2008, Opel Mokka e o Dacia Duster são um sucesso, com todos eles a venderem generosamente acima do que os seus construtores tinham projetado. Mas 2015 promete ser épico. É o ano de todas as batalhas com a chegada de novos guerreiros sedentos de conquista. O Jeep Renegade, Fiat 500X e Honda HR-V estarão brevemente disponíveis. A Mazda também quer um pedaço da acção juntando-se a uma verdadeira Battle Royale de crossovers.

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A Mazda escolheu o Salão de Los Angeles nos EUA para dar a conhecer o seu crossover mais compacto, o logicamente denominado CX-3. O palco escolhido pode parecer estranho, dada a apetência por automóveis de porte avantajado, mas os EUA não deixam de ser a origem de todo o fenómeno mundial associado aos SUV e crossover. Para demonstrar a importância deste novo segmento, basta referir que o Mazda CX-3 viu-se acompanhado no salão americano pelas estreias locais do Honda HR-V e Fiat 500X. No campo de batalha americano encontrarão os rivais Nissan Juke e o sucesso inesperado do Buick Encore (o irmão do Opel Mokka).

Como os seus concorrentes, o Mazda CX-3 tem como ponto de partida um mais modesto utilitário, neste caso, o Mazda 2, também ele recentemente renovado. Partilhando a distância entre-eixos de 2.57m, cresce em todos os sentidos, medindo 4.27m de comprimento, 1.76m de largura e 1.54m de altura, o compacto crossover atinge dimensões externas generosas, que se aproximam mais do segmento acima do que do segmento B com o qual pretende competir.

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Como se pode observar pelas imagens, todos esses centímetros extra foram muito bem aproveitados no desenho final do CX-3. A linguagem Kodo, denominação do estilo atualmente usado na Mazda, encontra aqui, talvez, a sua melhor expressão.

Como pudemos observar no novo Mazda MX-5, também o Mazda CX-3 se liberta de linhas desnecessárias , dando lugar a vastas e cheias superfícies. A única excepção é dada ao arco que caracteriza a lateral da maioria da nova geração de modelos Mazda, que nasce das extremidades da grelha frontal e prolonga-se pela lateral desvanecendo ao aproximar-se da roda traseira. A grelha assume destaque na frente, com as afiladas e agressivas óticas dianteiras a unirem-se a esta.

O Mazda CX-3, claramente descendente da linhagem Kodo, ganha um elemento distintivo, com a ilusão de uma superfície vidrada contínua dada pelo pilar C e D de cor preta, interrompidos por uma pequena abertura e atribuindo ao tecto a percepção de que flutua sobre o habitáculo.

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Proporcionalmente também o CX-3 é algo atípico, como os restantes modelos “tudo à frente” da Mazda, ou seja, motor transversal frontal e tracção dianteira. O pilar A está em posição mais recuada que a norma, gerando uma frente longa, nada típica nesta arquitectura. No Mazda 2 resulta num automóvel com proporções algo comprometidas, dado o comprimento contido. Os centímetros extra do Mazda CX-3 permitem proporções mais convincentes.

Ainda neste campo e fazendo juz à denominação crossover, a carroçaria revela uma fusão de tipologias. A parte inferior é mais robusta, com rodas generosas, e tal e qual uma armadura, com a base e arcos de rodas revestidos com adições de plástico, “tiques” típicos de SUV. A parte superior é mais esguia e elegante, com um habitáculo de reduzida altura e linha de cintura elevada, mais digna de automóveis de veia bem mais desportiva. Note-se que o Mazda CX-3 deverá ser dos mais baixos do segmento, pelo que a percepção geral que se tem é a de um hatchback vitaminado em vez de um pequeno SUV.

No final, esta fusão resulta num dos mais apelativos crossovers compactos do segmento, com o interior a não ficar atrás. Apesar de praticamente decalcado do Mazda 2, não é uma desvantagem. Os toques de cor nos revestimentos das portas e consola central, a parte inferior do painel de instrumentos revestida a pele e um desenho a tender para o minimalista, mas com apresentação cuidada, tornam-no bastante apelativo e arriscarei, digno até de propostas do segmento acima.

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Como tem sido tendência os números de botões e comandos vêm-se reduzidos. O écran estilo tablet que se encontra no topo do painel de instrumentos permite visualizar e aceder a uma série de funções, controlado por um grande comando rotativo auxiliado por botões, situado por detrás do manípulo da caixa de velocidades. As versões de topo do CX-3 podem vir equipadas com um HUD ou Head Up Display.

Ainda não se sabe muito sobre as especificações finais do Mazda CX-3. O modelo apresentado em Los Angeles vinha equipado com um motor Skyactive de 4 cilindros de 2 litros de capacidade, já conhecido de outros Mazda, associado a uma transmissão automática de 6 velocidades. Uma configuração típica para o mercado americano. A única confirmação a nível de motorizações para outros mercados é a do 1.5 litros Skyactive D que já pudémos ver no novo Mazda 2. A tracção é dianteira, mas também terá versões com 4 rodas motrizes, com sistema derivado do Mazda CX-5.

O foco na condução pelo qual a Mazda é conhecida é de esperar que transite para o CX-3, algo que só poderemos testar quando o Verão estiver a chegar. O Mazda CX-3 começará a ser comercializado no Japão na Primavera de 2015, com os restantes mercados a receberem-no após essa data. Se o Mazda CX-3 conseguir replicar o sucesso global do seu irmão maior CX-5, poderá tornar-se um dos mais sérios candidatos a vencer esta épica guerra automobilística.