Testes Audi A3 2.0 TDI Sportback 184cv: um verdadeiro sprinter

Audi A3 2.0 TDI Sportback 184cv: um verdadeiro sprinter

O Audi A3 2.0 TDI Sportback, nesta versão de 184cv e kit S Line, congrega em si diversas qualidades. É rápido, confortável e tem toneladas de estilo para quem não prescinde de uma boa imagem.

“Olhem para mim, tenho entre 28 e 38 anos, sou solteiro, activo, bem sucedido e estou de bem com a vida. Mas estou a pensar constituir família”. Depois de várias horas de conversa de explanada em torno deste Audi A3 2.0 TDI Sportback, foi esta a conclusão do CAPA (Comité de Avaliação da «Pinta» do Audi A3). Um comité constituído com um propósito apenas: decidir qual é a mensagem que este modelo transmite.

“Quanto ao motor, o impeto do 184cv estão lá. Mas a entrega de potência é tão linear que só damos por ela quando olhamos para o ponteiro da velocidade.”

No entender do CAPA – que deliberou sob os altos auspícios de uma imperial, enquanto dividia os olhares entre o oceano atlântico e uns petiscos – é este o perfil do condutor do Audi A3 2.0 TDI Sportback de 184cv. Não quer dizer que não hajam outros tipos de interessados neste automóvel, até porque qualidades não lhe faltam. Mas para quem vê o carro passar, é esta a mensagem que passa.

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Não há volta a dar. A aura dos quatro anéis fazem toda a diferença na conquista do efeito «uau». Exemplo? O Volkswagen Golf GTD, com o mesmo chassi e o mesmo motor atraiu as atenções de forma diferente. Enquanto o GTD atraiu a atenção principalmente de pessoas que entendem de automóveis e que conhecem o poder da sigla GTD,  no Audi A3, as atenções vinham principalmente do sexo oposto – oposto, se quem estiver a ler o texto for do sexo masculino.

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É incontornável, as mulheres adoram o Audi A3. Portanto apesar do CAPA ter traçado um perfil masculino para o utilizador médio deste modelo em particular, não será de estranhar ver uma mulher aos comandos do A3 2.0 TDI Sportback. Esta conclusão pode até nem ser pacifica (não será certamente) e pode até ser polémica (é de certeza…), mas foram as conclusões do CAPA, e portanto merece toda a respeitabilidade que é devida a uma instituição com 4 horas de vida, que faz de uma esplanada o local de trabalhos – a direcção de marketing e produto da Audi em Ingolstadt deve estar de cabelos em pé com estas palavras.

Opiniões de esplanada à parte, há qualidades concretas nesta proposta da Audi que são ponto assente e não merecem discussão: a qualidade dos materiais; o rigor de construção; a competência dinâmica; e a vivacidade do motor.

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No interior somos brindados com a qualidade de construção típica da marca. A apresentação é irrepreensível e a montagem acima de qualquer suspeita. O tablier é dominado por um ecrã retráctil, controlado pelo conhecido comando MMI da Audi, que congrega quase todas as funções a bordo.

Além de bem isolado acusticamente e de beneficiar de mais espaço no banco traseiro – o espaço a bordo é suficiente para uma pequena família – a mala, não sendo grande, chega para as encomendas menos extremas (380 litros). Nota ainda para os excelentes bancos com que esta unidade estava equipada: confortáveis e com excelente apoio para todo o corpo.

“No campo dos consumos, entre uma condução mais dinâmica e uma condução mais comedida, os valores variaram entre uns modestos 4,5 litros (a 90km/h em estrada nacional), a uns menos simpáticos 7,0 litros aos 100 km.”

Quanto às competências dinâmicas, este Audi A3 não é nem pretende ser um desportivo com a mesma intensidade, por exemplo, do Golf GTD (partilham o mesmo chassi e motor). Mas está longe de ser mal comportado (muito longe…). Em comparação, a inserção em curva não é tão acutilante quanto a do GTD – devido à afinação mais suave da suspensão – mas como moeda de troca recebemos um nível de conforto mais elevado.

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É um modelo muito rigoroso em todos os movimentos, capaz de serpentear velozmente pela serra, ou de enfrentar um troço de auto-estrada com o mesmo à vontade, carregado com bagagem e família.

Para esta polivalência contribui em grande medida o sistema Audi Drive Select, que permite escolher entre cinco afinações diferentes: o modo auto, em que é o sistema que escolhe as afinações do automóvel; o modo dynamic para um comportamento desportivo (a suspensão fica mais firme, o chassi mais reactivo e a direção mais pesada); o modo Comfort para levar a família comodamente (todos os comandos ficam mais leves); o modo Individual, para quem quer definir singularmente cada parâmetro; e por fim o modo Efficiency que torna o acelerador menos sensível, abranda o ímpeto do motor e reduz o funcionamento do ar condicionado, tudo a favor dos consumos.

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Quanto ao motor, os 184cv estão lá, mas levaram uma lição de boas maneiras. A entrega de potência é tão linear que só damos por ela quando olhamos para o ponteiro da velocidade. Por exemplo, enquanto no GTD a afinação do motor foi feita para evidenciar todo o carácter da unidade, neste A3 trabalhou-se principalmente a linearidade da resposta.

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O resultado é um motor muito discreto, tão discreto que quando damos por nós circulamos muito acima do limite de velocidade. Se vale os 3500 euros de diferença para a versão 2.0 TDI de 150cv? Estou convencido que sim. Qualquer que seja a velocidade engrenada, a resposta é sempre pronta e decidida. Os quilómetros em autoestrada sucedem-se a uma cadência que fazem deste Audi um verdadeiro «sprinter».

No campo dos consumo. Entre uma condução mais dinâmica e uma condução mais comedida, os valores variaram entre uns modestos 4,0 litros (a 90km/h em estrada nacional), a uns menos simpáticos 7,0 litros combinados entre uma condução rápida, circulação urbana e umas brincadeiras pelo meio.

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Um automóvel que ao contrário do que é habitual nas tais conversas informais da equipa da Razão Automóvel, mereceu uma certa unanimidade. Não há objectivamente pontos fracos a apontar ao Audi A3 2.0 TDI Sportback de 184cv. Porém, no fecho dos trabalhos do CAPA alguns elementos fizeram questão que ficasse em acta algumas notas: a semelhança estilística entre os vários modelos da marca e o preço pedido por esta unidade.

A unidade que podem admirar nas fotos custa uns impressionantes 50.660 euros (depois de somados 11.320 euros de opcionais aos 41.554 euros da versão base com kit S Line). Só o pacote de navegação MMI Plus custa 2350 euros, e pelos faróis em xénon a Audi pede 1140 euros.

Por este valor, outras opções de segmento superior podem surgir no horizonte – Audi A4 por exemplo. Apesar de tudo, convém frisar que na concorrência os valores não são mais simpáticos. E vão desde os 38.344 euros do BMW 120d (184cv) até aos 41.644 euros do Mercedes Classe A 220 CDI (170cv).

 

Fotografia: Thom v. Esveld

MOTOR 4 Cilindros
CILINDRADA 1968 cc
TRANSMISSÃO Manual 6 Vel.
TRAÇÃO Dianteira
PESO 1596 kg.
POTÊNCIA 184 CV (entre as 3500 e as 4000 rpm)
BINÁRIO 380 NM (entre as 1750 e as 3250 rpm)
0-100 KM/H 7,4 seg
VEL. MÁXIMA 234 km/h
CONSUMO (anunciado) 4,2 / 3,7 / 5,2 litros (médio; estrada; urbano)
PREÇO Desde 41.554 euros (S Line)

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