150 mil unidades: esse mítico número

150 mil unidades: esse mítico número

Agora que estamos em Agosto e as vendas de carros novos passaram as 100 mil unidades, parece quase certo que chegaremos aos 150 mil carros vendidos ainda em Novembro.

Se assim for, passamos para uma galáxia diferente da que temos estado. Os 150 mil carros novos vendidos são o número necessário para que, em média, os concessionários tenham um rácio de vendas sustentável. Explicando: como no mercado automóvel a procura tem que ser estimulada, o número de concessionários interessa. As pessoas têm que ver os carros e experimentar. E onde? Nos concessionários.

Junho, que é sempre o melhor mês de vendas de carros, foi o primeiro teste para que isto acontecesse. Nessa altura, as vendas mantiveram-se próximas da média do mês (10,83% das vendas de todo o ano, 2010-2014), embora a variação homóloga tenha sido a menor do ano: 27%. Como é que isto se explica? Março, Abril e Maio tinham sido meses excepcionalmente bons, com os dois primeiros mais de 50% acima do ano passado!

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O mês de Julho ultrapassa os 100 mil carros vendidos, acelerando o ritmo de crescimento (34%) que tinha sido “suavizado” por Junho (27%). Se não acontecer nenhum evento anormal, projeções feitas pela Fleet Magazine indicam que chegaremos às 170 mil unidades (vejam o gráfico). O mercado automóvel estará, à falta de uma palavra melhor, normal.

Porquê normal? Desde 2011 que o mercado automóvel está abaixo dos 200 mil carros vendidos. Este é um valor que foi ultrapassado pela primeira vez nos longínquos tempos de 1988 (uma subida de 64,1%, a maior de sempre até agora) e que só quebrou em 2009.

A associação dos automóveis não se cansa de dizer que estes números estão longe daquilo que era o mercado automóvel em anos anteriores a 2012 – ano em que instalou a crise do sector, e em que as vendas caíram 41%, depois dos 30% do ano anterior.

Mas qual a dimensão óptima do mercado português? É comum ouvir-se hoje que será de 200 mil viaturas, comparando com países com um número próximo de habitantes – mas sem considerar o poder de compra. Mas no início do ano, só se esperava que chegássemos aos 150 mil. E esses já dificilmente escapam.