Testes Volkswagen Golf GTD: vitamina Diesel

Volkswagen Golf GTD: vitamina Diesel

O Volkswagen Golf GTD surge nesta 7ª geração do modelo alemão, mais potente e competente que nunca. Durante a semana que privou comigo os 184cv do motor 2.0 TDI não deram descanso nem ao eixo dianteiro, nem a mim.

Era sexta-feira, já passava das 18h e na redação do Razão Automóvel ainda havia um grande dilema por resolver. Com o Volkswagen Golf GTD e GTI na nossa garagem, impunha-se uma grande decisão: quem é que ficava com qual? Neste particular, o mais desejável era sem dúvida o Golf GTI.

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Mas porque o fim-de-semana ia fazer-se longe de Lisboa – mais precisamente por terras alentejanas – ditou o bom senso que deveria ser eu a levar o Volkswagen Golf GTD em detrimento do «amado» GTI. Isto por causa dos malfadados consumos. Raios! Queria tanto levar o Golf GTI a dar umas curvas…

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Cheguei à garagem, olhei para um e para outro. Devo confessar que no que ao design diz respeito, o GTD não fica a dever nada ao GTI. Os elementos estéticos são iguais em ambos, com diferença apenas nas designações. Menos mau… o pior vai ser quando ligar a ignição e ouvir o «matraquear» típico dos motores diesel. Encolhi os ombros, dirigi-me para o GTD e liguei o motor.

“No regresso para Lisboa trouxe uma amiga. Uma amiga que entende tanto de carros como eu entendo de física molecular (e eu não percebo nada de física molecular, nem ela por sinal…).”

E foi neste exato momento que pela primeira vez, o Golf GTD conseguiu surpreender-me (a primeira surpresa de muitas…). Ao primeiro toque de acelerador o Golf GTD respondeu com um «ronco» abafado e um ligeiro silvo proveniente do turbo – um diesel com presença vocal, e esta hein? Acreditem, neste aspeto tão crítico para os amantes de automóveis desportivos a Volkswagen fez um excelente trabalho. O motor 2.0 TDI de 184cv sabe entreter a nossa audição.

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Entre jantar e arrumar a mala eram 23h e ainda estava em Lisboa. Graças a esta minha lentidão alentejana (sou alentejano…), tive a sorte de apanhar a autoestrada sem viva alma. Cheguei às portagens, tirei o ticket e arranquei determinado a fazer uso dos 184cv de potência e dos 380Nm de binário máximo disponibilizados pelo motor 2.0 TDI. O GTD é um moço desembaraçado, sem dúvida.

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A cumprir os 0-100km/h demora apenas 7,5 segundos numa correria desenfreada que só termina quando o ponteiro marca 230km/h. É obvio que não passei dos 120km/h (cof, cof…), respeitei sempre(!) os limites de velocidade. Não acreditam pois não? Então vou escrever isto de outra forma: tenho um amigo que tem um amigo, que conhece alguém que andou num Volkswagen Golf GTD e diz que o carro chega muito depressa aos 230km/h, acompanhado por uma estabilidade assinalável. Atenção! Não fui eu, foi um amigo de um amigo…

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“foram muitos os olhares indiscretos em torno deste Golf “mais baixinho” – dizia um miúdo que não devia ter mais de 12 anos.”

Pouco tempo depois chegava ao meu destino: Évora. Era altura de trocar os troços rolantes de autoestrada (feitos de forma bastante confortável) por estradas secundárias. Com o motor 2.0 TDI a merecer boa nota, era altura de experimentar o comportamento dinâmico deste Volkswagen Golf GTD. Os 40km de estrada com curvas encadeadas que me separavam do destino final iriam servir perfeitamente para o propósito.

Entre curvas e contra-curvas, o Volkswagen Golf GTD fez questão de mostrar que não era um Golf convencional com um motor potente «enfiado» lá na frente. Puxou dos seus galões desportivos com valentia e iniciou o bailado de curvas comigo ao volante.

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A rápida caixa DSG de dupla embraiagem e o diferencial eletrónico XDS+ faziam chegar a potência ao chão de forma impecável. Mesmo nas curvas mais fechadas o eixo dianteiro comportava-se com galhardia, não cedendo à subviragem. E quando esta aparecia, um ligeiro aliviar do acelerador resolvia a questão, mostrando uma afinação geral do chassi bastante boa.

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Chegado ao destino, o computador de bordo marcava uma média pouco simpática 8.1 litros aos 100km. Liguei ao Diogo (que por aquela altura já devia ter experimentado o GTI) e disse-lhe que já nem me lembrava do GTI. O Golf GTD convenceu-me plenamente. Com estes andamentos, seguramente que o GTI iria brindar-me com consumos na ordem dos 12 litros (mais tarde verificámos isso).~

De regresso a Lisboa

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Durante o fim-de-semana foram muitos os olhares indiscretos em torno deste Golf “mais baixinho” – dizia um miúdo que não devia ter mais de 12 anos. E tinha razão, o GTD é 15mm mais baixo que os seus irmãos. Mas não é menos confortável que a restante família Golf. Ok, talvez seja, mas como a mim o Golf GTD já tinha conquistado com o bailado de sexta-feira, precisava de uma opinião imparcial.

No regresso para Lisboa trouxe uma amiga. Uma amiga que entende tanto de carros como eu entendo física molecular (e eu não percebo nada de física molecular). Perguntei-lhe o que ela achava do carro e a resposta foi curta e clara “é giro, confortável e anda bem, o meu pai também tem um”.

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