Clássicos Ford Transit “badass” Supervan (PARTE 2)

Ford Transit “badass” Supervan (PARTE 2)

Ainda a Nissan não sabia o que era trocar motores de uns modelos para os outros – como no caso do Juke GT-R – e já a Ford fazia das suas, com uma Transit.

Depois de vos ter apresentado um dos melhores carros da década de 60, a pouco provável Ford Transit. Hoje é dia de vos apresentar uma Ford Transit ainda mais invulgar: a SuperVan. Se estão de pé, então arranjem uma cadeira, porque aquilo que vão ler vai alterar para sempre a vossa concepção de exagero, loucura e devaneio.

“Tudo isto somado, fazia com que pilotar esta esta “besta do comércio” fosse quase tão exigente como ir à lua montado num skate.”

Estamos a falar de uma Ford Transit equipada com o chassi, suspensão e motor de um Ford GT-40. Ou seja, peças de um carro que em 1966 deu uma tareia colossal à armada da Ferrari, marca que dominava há décadas a competição. Em poucas palavras, os americanos chegaram, viram e venceram.  Tão simples como isto: Missão cumprida!

Como foi decidida a construção da Ford Transit SuperVan não sabemos, talvez se tenha abatido sobre a equipa de engenheiro um tédio desolador após a vitória avassaladora em Le Mans. O que fazer então? E que tal pegar numa Ford Transit e enfiar lá as peças de um carro com “pedigree” de um carro de competição?! Soa bem não soa? Nunca saberemos se foi assim que as coisas aconteceram, mas não deve ter andado muito longe disto.

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Falando de números. O motor que equipa a SuperVan, para além de ser um “puro-sangue”, era tão somente um V8 de 5.4 litros, equipado com um super-compressor – conhecido nos EUA como “blower” – que desenvolvia a simpática cifra de 558 cv e  69,2 kgfm de binário às 4.500 rpm. Um propulsor que quando montado no GT-40 atingia os 330 km/h e demorava apenas 3,8 segundos a cumprir o sprint dos 0-100 km/h. É claro que no chassi de uma Ford Transit os números não eram tão impressionantes. Afinal de contas estamos a falar de uma carroçaria tão aerodinâmica como a fachada de um prédio, mas no que diz respeito às acelerações dizem os engenheiros da Ford que até aos 150 km/h as coisas não eram muito desequilibradas.

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Daí para a frente o piloto estava por sua conta e risco. Os ventos laterais tomavam conta da carroçaria e as coisas tornavam-se ainda mais assustadoras. A somar a isto tudo, as suspensões originalmente desenvolvidas para lidar com o “corpo” de um atleta de alta competição, não sustinham convenientemente as transferências de massas do pesado chassi. A cada aceleração, curva ou travagem a pobre Ford Transit transpirava para acompanhar o ímpeto de um motor que não foi feito para estar acorrentado na silhueta de uma “baleia”. Tudo isto somado, fazia com que pilotar esta “besta do comércio” fosse quase tão exigente como ir à lua montado num skate.

O projeto foi o sucesso que podem ver pelas fotos. Durante anos a Ford fez deste “monstro” um dos seus porta-estandartes, tanto assim foi que desde então sempre que é lançada uma nova versão da Transit, esta é acompanhada por um projeto similar. Sim é verdade, para além desta Ford Transit SuperVan há mais. Algumas com motor de Fórmula 1! Mas dessas falaremos noutra altura.

Fica com este vídeo promocional da Ford Transit SuperVan datado de 1967:

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